Margaret Mitchell, autora de …E o Vento Levou


Margaret Mitchell nasceu em Atlanta no ano de 1900, filha de um advogado reconhecido na cidade, frequentara a renomada faculdade Smith College por cerca de um ano, tendo que deixá-la por causa da morte de sua mãe. 

Era casada com John R. Marsh, um gerente de publicidade aposentado da Georgia Power Company, a companhia energética do estado, e trabalhou como membro da equipe da revista The Atlanta Journal Sunday Magazine de 1922 até 1926, escrevendo sob o nome "Peggy Mitchell". 


Forçada a abandonar esta posição por causa de uma lesão no tornozelo; associado a uma artrite, tornando sua vida sedentária e em decorrência disso começou a ler muito, chegando a ler sessões inteiras da biblioteca Carnegie Library de Atlanta. 

Ao terminar de ler todos os livros disponíveis; Marsh, seu marido, lhe propôs que ela escrevesse seu próprio romance para passar o tempo e divertir-se e foi nesse momento, que iniciou seu o trabalho em Gone With the Wind. 

Quando era repórter da revista, Mitchell sempre tivera problemas com os parágrafos de abertura de suas histórias, de modo que ela sempre escrevia a última parte primeiro,  assim, quando começou a escrever Gone with the Wind, escreveu o último capítulo da obra e escreveu os outros capítulos conforme lhe ocorriam, tomando o cuidado de conectá-los mais tarde. 

O manuscrito levou quase dez anos para ser concluído e só foi lido por amigos, nunca por um editor. Os trabalhos no romance eram inconstantes; Mitchell foi acometida por vários períodos de má saúde e também fez pausas para ler livros sobre a Guerra Civil e  artigos em jornais antigos, diários, registros públicos, e relatos em primeira mão da vida na Geórgia antes do conflito. 

O nome definitivo vem da primeira linha da Terceira estrofe do poema Non Sum Qualis Eram Bonae sub Regno Cynarae, escrito por Ernest Dowson Dowson: "I have forgot much, Cynara! gone with the wind". 

Ainda que Gone with the Wind nunca tenha sido aceito propriamente como uma obra-prima literária, sua popularidade junto aos leitores de massa norte-americanos foi estabelecida imediatamente após seu lançamento. 

Publicado durante o período da Grande Depressão a um custo de três dólares,  o romance vendeu um recorde de cinquenta mil exemplares em um dia, um milhão de cópias nos primeiros seis meses de publicação, e 1,5 milhão de cópias no primeiro ano, tornando-se o livro que, até então, vendeu mais cópias em sua época de publicação na história literária norte-americana. 

Poucos dias após a publicação de Gone with the Wind, o produtor David O Selznick pagou a Mitchell cinquenta mil dólares pelos direitos da obra para uma adaptação cinematográfica — um valor até então sem precedentes e, muito embora a escritora tenha aceitado o pagamento, considerava seu livro “infilmável”, porém surge o longa-metragem, com pouco mais de quarto horas de duração, filmado em Technicolor e estrelado por Vivien Leigh como Scarlett, Clark Gable como Rhett, Leslie Howard como Ashley e Olivia Havilland como Melanie.  

Dois anos depois do livro ter sido publicado, Mitchell, durante sua primeira entrevista formal à imprensa nova-iorquina, foi questionada se estava escrevendo alguma coisa, ou se pretendia fazê-lo; ela afirmou que estivera tão ocupada atendendo telefonemas e escrevendo cartas (devido a popularidade de seu romance), que não tinha tido tempo para escrever. 

Como a conclusão de Gone with the Wind era, de certo modo, ambígua, os leitores gostariam de saber mais sobre o verdadeiro fim das personagens; após a publicação do livro, a romancista foi muito assediada por editores e produtores de cinema, que lhe pediam que escrevesse uma continuação para obra — ou outra, de igual sucesso; contudo, Mitchell estava feliz com o término dado à história, e determinada a nunca mais escrever outra palavra sobre ela enquanto vivesse. 

Em agosto de 1949, a jornalista foi atingida por um táxi em alta velocidade enquanto atravessava a rua e, apesar de ter sido levada para o hospital, veio a falecer cinco dias depois — encerrando a possibilidade de vir a escrever outro livro.  

Ao longo de sua vida, Mitchell resistira ferozmente a qualquer ideia de continuação para seu livro. No entanto, em 1991, a escritora estadunidense  Alexandra Ripley publicou uma continuação autorizada pelos herdeiros de Mitchell para Gone with the Wind, um romance intitulado Sarlett. O livro foi amplamente criticado, principalmente pela descaracterização das personagens, no entanto, vendeu milhões de exemplares. 

Em 2000, a escritora norte-americana Pat Conroy havia sido escolhida pelos herdeiros de Mitchell para escrever uma nova continuação de Gone with the Wind. Porém, depois de muitos meses de negociações — sobre o conteúdo, dinheiro e controle editorial — Conroy se afastou do projeto e dos relatados 4,5 milhões dólares de salário.  

No ano de 2001, uma paródia não autorizada da obra, chamada The Wind Done Gone e escrita por Alice Randall, foi lançada. O livro reconta a história original, desta vez do ponto de vista dos escravos. Os detentores dos direitos de Gone with the Wind tiveram uma visão sombria do romance de Randall, processando sua editora por violação de direitos autorais. 

A segunda sequência oficial foi publicada em 2007. Trata-se do livro Rhett Butler’s People, contado à partir da perspectiva de Rhett Butler. Escrito por Donald McCaig, o livro desconsidera a versão de Ripley e cria uma nova cronologia. O romance foi autorizado pelos herdeiros do espólio de Margaret Mitchell. Eles haviam sondado vários escritores para continuar a história, e a procura pelo autor ideal começou em 1995.  O romance foi considerado pela crítica fiel ao estilo do original,  porém não tão bom quanto o clássico de Mitchell. 

Segundo as leis de direitos autorais vigentes nos Estados Unidos, os herdeiros de Mitchell terão direitos sobre Gone with the Wind até 2019, quando acontecerá o 70° aniversário da morte da escritora e o livro entrará em domínio publico. 


Margaret Mitchell, autora de …E o Vento Levou
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