As mais Belas Coisas do Mundo — Valter Hugo Mãe

“Quem se desilude morre por dentro. Dizia: é urgente viver encantado. O encanto é a única cura possível para a inevitável tristeza” - Valter Hugo Mãe 


As mais Belas Coisas do Mundo
conto de Valter Hugo Mãe que, a partir da perspectiva infantil, examina o que seriam as mais belas coisas do mundo. Um libreto curto das memórias de um menino com seu avô que lhe ensinou sobre as mais belas coisas do mundo.

Com ilustrações de Nino Cais, este livro contém ainda uma nota do autor, em que conta um pouco da sua relação com seu avô.

O texto de quarta-capa é assinado pela escritora e imortal da Academia Brasileira de Letras Ana Maria Machado e pelo escritor e dramaturgo Walcyr Carrasco.

“Um avô transforma a vida, mostra o encanto do conhecimento. Ensina que        podemos chegar a ser gigantes. Mas o saber não dispensa a ternura. E o         menino descobre que o melhor lugar do mundo é dentro de um abraço.”                   — Walcyr Carrasco 

As mais Belas Coisas do Mundo reconstitui as memórias de um menino que, dentro do abraço do avô, procura encontrar respostas para os mistérios da vida. O avô, que tem ar de caçador de tesouros, revela-lhe o maior de todos para curar a tristeza e a despedida: o encanto. Um conto profundamente comovente sobre a força dos afetos e da memória dos avós.

“Tinha o ar de um caçador de tesouros e... os seus olhos reluziam de uma riqueza profunda. Percebíamos isso no seu abraço. Eu dizia: dentro do abraço do avô. Porque ele se tornava uma casa inteira e acolhia...” 

Em algum momento você, leitor, já parou pra se perguntar quais seriam as mais belas coisas do mundo? Ja parou para lembrar todos os bons momentos que viveu ou poderia ter vivido com seu avô? Neste conto o avô sempre dizia pra seu neto que o melhor da vida haveria de ser um mistério e que o importante era seguir procurando.

As mais belas coisas do mundo apresenta uma capa toda amarela com ilustrações do artista plástico Nino Cais, que também estão registradas em páginas intercaladas com as páginas de texto. O visual é bem delicado e rico em detalhes. A capa é dura e toda a lateral das folhas são em prata, o que torna o livro atraente em todo o seu exterior e interior.

“À noite, deito igual a uma semente na almofada húmida do coração. Fico aninhado com a esperança de crescer esplendorosamente por dentro do amor. No verdadeiro amor tudo é para sempre vivo... Quero sempre inventar a vida. Desse modo, tenho a certeza, numa ideia sem fim, eu posso dizer: dentro do abraço. Dentro do abraço do meu avô.”

Uma leitura que certamente deixará o leitor com um “nó na garganta” e será impossível conter as lágrimas. De tristeza? Não. Trata-se de uma estratégia inteligente do autor de faze com que o leitor “vá e volte” em memórias da própria vida.

O autor consegue conquistar o leitor com seu texto poético, sensível, reflexivo, singelo com pequenos relatos carregados de saudades e emoção. Frases lindas, momentos únicos e simples, com pequenos relatos sobre vários conselhos recebidos pelo avô de Hugo Mãe, a quem é dedicada a obra.

Poder-se-ia dizer que As mais belas coisas do mundo é aquela “pausa obrigatória”, curta, com um texto poético, sensível, reflexivo, simples cheia de pequenos relatos carregados de saudades e emoção. Frases lindas, momentos únicos, sobre vários conselhos recebidos do avô de Hugo Mãe, a quem é dedicada a obra.   É uma “pausa” que nos remete às   recordações do meu avô, do seu avô e, quem sabe, até do avô imaginário daqueles que não tiveram a oportunidade de conviver com seus avôs. Um livro pra ler e reler muuuuitas vezes. Bora Ler?

A minha infância ficaria marcada por essa impressão digna de alguém me escutar por tanto tempo, de alguém querer instigar minha curiosidade e se alegrar com a minha imaginação.”

Nota do autor:

O meu avô materno, António Alves, mandava que lhe explicasse as coisas mais complexas da vida. Adoentado, vi-o quase sempre acamado, com seu sorriso bom, a cuidar de manter-se quente e sossegado. Para não o desiludir, eu imaginava o que podiam ser os segredos da translação dos astros, da formação do gelo, do trágico e aparentemente incurável de algumas tristezas, da fortuna de amar.

Ele perguntava, e eu, com cinco ou seis anos de idade, preocupado, queria encontrar respostas para que ele estivesse feliz. No seu quarto sempre limpo e enfeitado, conversávamos sozinhos para chegarmos a conclusões valiosas.

O meu avô pedia à minha mãe: toma conta deste menino, ele é muito importante. A minha infância ficaria marcada por essa impressão digna de alguém me escutar por tanto tempo, de alguém querer instigar minha curiosidade e se alegrar com a minha imaginação.

Eu soube sempre que meu mundo era afetivo. Quero dizer, o que eu sabia era sobretudo gostar de alguém. Era o que o meu avô valorizava em mim, o empenho colocado em gostar de alguém. Toda a sabedoria devia resultar na pura capacidade de amar e cuidar de alguém.


QUEM É VALTER HUGO MÃE

Um dos mais destacados autores portugueses da atualidade. Sua obra está traduzida em muitas línguas, tendo um prestigiado acolhimento em países como Alemanha, Espanha, França e Croácia. Publicou os romances O Remorso de Baltazar Serapião (Prêmio Literário José Saramago), O Apocalipse dos Trabalhadores, A Máquina de fazer Espanhóis (Grande Prêmio Portugal Telecom de Melhor Livro do Ano e Prêmio Portugal Telecom de Melhor Romance do Ano), O Filho de mil Homens, A Desumanização, Homens imprudentemente poéticos e o nosso Reino.

Escreveu livros para todas as idades, entre os quais: O Paraíso são os Outros e Contos de Cães e Maus Lobos. Seus livros são publicados no Brasil pela Biblioteca Azul. Sua poesia foi reunida no volume Publicação da Mortalidade.

 

As mais Belas Coisas do Mundo 

Autor: Valter Hugo Mãe

Ilustrador: Nino Cais

Editor: Porto Editora / Biblioteca Azul

Formato: Capa dura — eBook Kindle 

Classificação Temática: Contos

Ano: 2019


Tags: Mãe, avô, amizade, amor, honestidade, fiel, belas, educado, respeito, generosidade, coisas, mundo