A Virgem, a Nossa Senhora, a
Mãe de Deus. Todos sabem quem é Maria, mas qual a sua história? Como explicar, após
mais de 400 anos da morte de Jesus, a virgem coadjuvante passou a ser exaltada
como a Mãe de Deus?
Rodrigo Alvarez, em Maria,
nos apresenta diversas faces daquela que se tornou uma das figuras femininas
mais importantes de todos os tempos. Na obra, o autor conta a história da
mulher que deu à luz ao Filho de Deus. Apresenta a biografia da mulher que gerou
o homem mais importante da história, viveu um inferno, dividiu os cristãos e conquistou
meio mundo.
Quando o Cristianismo se tornou
a religião oficial do Império Romano, a importância de Maria se tornou o centro
de uma disputa ferrenha entre uma imperatriz e um bispo. Seria ela um veículo
para o nascimento de Cristo ou a Mãe de Deus? Como a virgem se tornou Nossa
Senhora? Nessa biografia, Rodrigo Alvarez revela como surgiu uma das figuras
femininas mais importantes da nossa cultura.
De acordo com o jornalista, a
relação com o tema teve início há quatro anos, quando começou a fazer pesquisas
para escrever o livro Aparecida, lançado em 2014. “A ideia era contar a história de Maria no livro Aparecida, mas como o conteúdo era grande, resolvi escrever outra
obra. Para isso, visitei oito países diferentes como Israel, Turquia, ouvi
muitas pessoas e colhi muitos documentos e materiais”, disse.
Rodrigo Alvarez consulta
Evangelhos, livros apócrifos e diversos relatos para compor a emocionante
história de uma menina criada no templo, que mesmo sendo virgem, soube pelo
anjo Arcanjo Gabriel que estava grávida e que daria à luz o filho de Deus — O
homem que mudaria os rumos da humanidade.
Maria, ao contar a novidade a seu companheiro, percebe que José,
inicialmente, não embarcou na história e a repudiou. Depois, o casal se
reconciliou. E, a partir daí, a mãe do menino Jesus passou a ter relações
sexuais com o marido carpinteiro. Eles tiveram quatro filhos: Tiago, José,
Simão e Judas. A sequência dos acontecimentos combina informações citadas na
Bíblia a detalhes descritos em textos apócrifos, classificados como falsos pela
Igreja Católica.
O autor utiliza os evangelhos e
outros textos bíblicos, documentos históricos (muitos do acervo do Vaticano), relatos
não reconhecidos pela Igreja Católica e até mesmo pesquisas arqueológicas para
reconstituir a trajetória de Maria, sem deixar de destacar as dúvidas existentes
em torno de cada situação retratada, abordando temas que provocaram discussões
teológicas ao longo de séculos como a virgindade ou lugar e data da morte de Maria. “A decisão foi admitir sempre as fragilidades da história. Deixo claro
quando não existem provas a respeito de uma informação”, diz o escritor.
O suposto adultério associado a
Maria
e citado no Talmude (livro sagrado da religião judaica), que contribuiu para
acirrar as desavenças históricas entre cristãos e judeus. O trecho relacionado
à traição foi excluído do Talmude ainda no século 17, mas foi mencionado na
biografia, pois segundo o autor “Foi um boato sem fundamento, mas que
precisava ser contado neste contexto histórico”.
O livro tem 206 páginas e 31
capítulos, divididos em três momentos: A vida de Maria; Theotokos, a Mãe de
Deus; e Maria do Mundo, que trata sobre as faces de Maria e devoções. Entre as
aparições, Alvarez fala sobre Guadalupe, Fátima, Lourdes, Catarina Labouré e
outras.
Alvarez ressalta ainda que
alguns detalhes jamais comprovados nas escrituras acabaram incorporados à
tradição da religião: “Os pais de Maria
são conhecidos como Ana e Joaquim. São chamados assim há muitos séculos. Só que
isso não está escrito em lugar nenhum. Não há nenhuma escritura ou texto
sagrado que mencione os nomes Ana e Joaquim”.
A obra, garante Alvarez, revela
a vida de Maria e traz também alguns pontos polêmicos da igreja católica. Outro
ponto da biografia diz respeito ao papel secundário da mãe de Jesus nas
escrituras. “Só existem seis falas
atribuídas a Maria em toda a Bíblia”, pondera Alvarez.
Apesar dos católicos serem o
público-alvo dos dois livros de Alvarez —Aparecida e Maria— as obras acabaram
despertando o interesse de outros segmentos e religiões, tornando-se impossível
ignorar a importância de Maria, já que ela faz parte da história da humanidade.
É um personagem vivo, que é referência de mãe e de mulher.
Conheça o autor
Rodrigo Alvarez nasceu no Rio
de Janeiro e atualmente é correspondente da TV Globo em Jerusalém. Passou os
últimos dez anos entre São Paulo, Nova York, São Francisco e o Oriente Médio,
como repórter e correspondente da TV Globo.
Desde 2013 mora em Jerusalém, a
dois quilômetros do lugar onde acredita-se ser o túmulo de Maria. Muito próximo
dali tem a casa onde ela teria nascido. Como jornalista e escritor, é difícil
não contar uma história que é tão próxima. Era como estar vivendo dentro da
história. Ficou muito instigado a escrever porque as pessoas conhecem muito
Maria, mas entendem muito pouco como ela se tornou alvo de devoção a ponto de
se tornar, talvez, a figura feminina mais importante da história da humanidade.
Autor de Aparecida e Haiti, depois do
inferno, publicados pela Globo Livros,
foi com o livro Aparecida, publicado em setembro de
2014 — que conta como a imagem de uma
santa encontrada no fundo de um rio se tornou a padroeira do Brasil —, que
conquistou os leitores, com uma tiragem inicial de 15 mil exemplares, tornando-se
, um ano depois, um best-seller com a marca de 180 mil exemplares vendidos.
A expectativa é que o novo
trabalho conquiste ainda mais atenção dos leitores pela
importância de Maria na história da humanidade. Com uma tiragem inicial de
100.000 cópias, vale a pena dizer, que
já figura na lista dos 10 livros mais vendidos no Brasil, segundo a Revista
Veja. O livro é uma obra inédita e completa sobre a mãe de Cristo segundo
o olhar de um brasileiro.
Maria — A Biografia da Mulher
que Gerou o Homem Mais Importante da História...
Autor: Rodrigo Alvarez
Ano da edição: 2015
Editora: Globo Livros
Preço: De R$: 15,90 até R$ 29,90